Tuesday, January 10, 2006

Inverno


A chuva que cai lá fora,
Como se para onde ir não tivesse,
Entra como se porta não houvesse,
E depressa se vai embora.

Anjos caídos do céu em brasa,
Ardem no barro frio do chão,
Demónio... De tentação...
A minha alma... A tua casa...

Choro húmido e lânguido.
Eco em mim como gritos de lava
De um vulcão que só eu sonhava.
Julgam-me sem juiz ou arguido!

Não te vás doce inverno,
Dilacera minha alma...
Corta-me em pedaços com tua calma...
Deixa-me ser cinza de teu inferno!

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